Vida de freelancer, múltiplas funções e saúde mental: qual o resultado dessa equação?

Coluna Freela - Nalva Amâncio

Uns conciliam estudos e trabalho, outros assumem inúmeros projetos profissionais e há também quem precise se multiplicar para cuidar dos filhos, da casa e das atividades freelancer. Cada um sabe o peso das pedras que carrega. Mas como será que anda o seu emocional, em meio a tantas obrigações? Esse é o intuito desta coluna freela: propor uma reflexão sobre saúde mental.

Cuidar da saúde emocional também é um gesto de carinho consigo. Mas, não raro, damos pouca importância aos sinais de cansaço mental e prosseguimos com a rotina cada vez mais atribulada.

Exemplo real: enquanto escrevo este texto, olho pro chão e vejo que minha casa precisa de uma limpeza urgente, ao mesmo tempo em que me pergunto qual foi a última vez em que sentei para ver um filme. Opa! Minha mente ainda traz o alerta de que está quase na hora de buscar um dos pequenos na escola e as roupas estão na máquina de lavar, prontas para serem estendidas.

Excesso de funções, saúde mental, vida de freelancer e reforçadores positivos são os assuntos deste post. Vamos juntos nessa reflexão?

O perigo das múltiplas funções

Engana-se quem pensa que o estresse só pega quem trabalha fora de casa, em um emprego formal. Claro que existem diversas questões que dificultam o dia a dia de quem é CLT. Podemos falar em alguns exemplos clássicos, como:

  • problemas com os superiores;
  • conflitos entre os colegas, o que gera um clima organizacional inóspito;
  • insatisfação com as atividades que realiza;
  • carga horária intensa;
  • muito tempo gasto com deslocamento.

No entanto, quem opta por ser freelancer full-time também enfrenta seus momentos de tensão. Já ouviu falar que quanto mais liberdade, maior é a responsabilidade? Pois é! A vida de freela carrega esse dilema: mesmo com mil e um compromissos na lista de tarefas, ou você senta e produz ou o dinheiro não vem.

Na teoria, é tudo muito simples. Basta montar um cronograma e delimitar horários para trabalho, tarefas domésticas, convívio com a família, lazer etc. Mas por que será que é tão difícil colocar isso em prática e chegar ao fim do dia com a certeza de ter cumprido todos os compromissos?

Quem tem o hábito, ou a necessidade, de abraçar múltiplas funções no dia a dia pode ser guiado por dois tipos de pensamento:

  1. “Eu tenho que fazer/ Se eu não fizer, ninguém fará”. Nesse caso, são as demandas absolutistas que ecoam na mente dos multitarefas.
  2. “Eu sei que eu sou capaz de dar conta de tudo”. Já aqui, se encaixam aquelas pessoas que gostam de desafiar seus próprios limites.

Sim, nós acabamos fazendo o cosplay de alguns super-heróis e passamos a acreditar que somos imbatíveis. Mas nem sempre percebemos a sobrecarga e o desgaste emocional que resultam do excesso de compromissos. Esse é um bom momento para fazer uma pausa e refletir sobre a necessidade de desacelerar o ritmo, ou, ao menos, reorganizar as prioridades.

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A importância de cuidar da saúde mental

Você pode demorar para identificar o desgaste psicológico, uma vez que ele começa de forma branda, sem causar alarde e dá a sensação de ser apenas uma onda comum de cansaço. Mas o corpo e a mente emitem sinais de que é preciso ir com mais calma e evidencia os seguintes sintomas:

  • cansaço físico constante;
  • fadiga mental;
  • blackouts na criatividade;
  • desorganização, interna e externa;
  • desmotivação;
  • alterações de humor;
  • sono não reparador;
  • déficits na memória e na concentração;
  • dores de cabeça;
  • mente inquieta, com autocobranças em relação ao que precisa ser feito;
  • picos de estresse e ansiedade.

Conseguiu notar a presença frequente de alguns desses sintomas? Talvez você pense que só precisa de uma folga para recarregar a bateria. O problema é que a lista de tarefas só aumenta, imprevistos surgem o tempo todo e o descanso é adiado, dia após dia.

É possível conviver com o desgaste emocional. Mas, além dos prejuízos no rendimento diário e na qualidade de vida, existe ainda o risco de desenvolver problemas mais graves, como depressão, reação aguda ao estresse, transtornos ansiosos, síndrome de burnout, entre outras condições limitantes.

Então, como modificar esse quadro? A primeira recomendação é procurar acompanhamento profissional para cuidar da saúde mental. Isso porque olhando de dentro da situação, nos sentimos amarrados e sem possibilidades de ação. Uma visão de fora pode apontar diferentes soluções e nos dar um direcionamento seguro.

Outra atitude que você pode assumir como um exercício contínuo é encontrar reforços positivos no dia a dia. Por vezes, ficamos tão focados em grandes objetivos que não observamos o valor de coisas simples que nos cercam, como o sorriso de um filho, o gato que se enrosca nas suas pernas enquanto você trabalha ou as diferentes sensações que as músicas causam.

A vida de freelancer e seus reforçadores positivos

Falando em encontrar reforços na rotina, vamos admitir que a vida de freelancer oferece vários presentinhos, concorda? Por exemplo, não há mais aquela angústia das tardes de domingo, ao pensar em enfrentar outra semana com longas jornadas fora de casa, trânsito e outros contratempos. Quem é freela em tempo integral sabe que a relação com as segundas-feiras ficou bem mais suave.

Outro forte reforçador que temos como freelancer é a troca que existe entre os colegas de trabalho. Poucos se conhecem pessoalmente, mas sabemos que existe uma forte rede de apoio, que incentiva o nosso crescimento, em nível individual e coletivo. A começar pelos preciosos feedbacks que recebemos, seja dos revisores seja dos analistas ou mesmo dos clientes.

Quer que eu cite outros pontos favoráveis da vida do freelancer? Autonomia, flexibilidade de horário, valorização das suas habilidades e aquisição de conhecimento em campos distintos são alguns exemplos.

Entretanto, mesmo com os reforçadores positivos da vida freela, é preciso respeitar os próprios limites e entender quando a saúde mental pede um pouco mais de calma. Justamente por acharmos que temos flexibilidade de tempo é que corremos o risco de assumir mais obrigações do que precisamos.

Ao terminar a leitura desta coluna freela, assuma o compromisso de zelar pelo seu bem-estar e observe se você tem carregado um peso excessivo de responsabilidades. Se esse for o caso, busque ajuda, tente reorganizar suas prioridades e encontrar propósitos. Afinal, qual o sentido de ter tantas ocupações se não sobrar tempo para viver de verdade? É como disse Lenine: “a vida é tão rara”!

Que outro tema você pode trazer para fazer diferença na vida do freelancer? Contribua para o crescimento da nossa comunidade e escreva para a coluna freela.

Nalva Amâncio

Nalva Amâncio

Realizada como redatora, apaixonada por Psicologia e guiada pela eterna missão de ser mãe de dois príncipes!

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